Diante do grave episódio que aconteceu em Brumadinho no estado de Minas Gerais, onde uma barragem de rejeito da empresa Vale, rompeu-se deixando até o momento 58 mortes e 250 desaparecidos e parte de uma cidade devastada pela lama, uma questão vem a tona na região de Caetité e volta a ser destaque de discussões.
Em Caetité e região de Pindaí, está localizada uma maiores reservas do Brasil de minério de ferro. A empresa Bamin, atualmente controlada pela Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC), uma multinacional do Cazaquistão, que é detentora dos direitos de exploração dos locais desde 2007 vem tentando implementar o empreendimento bilionário, que envolve diversas questões polêmicas.
Uma delas é a instalação de uma barragem de rejeito que vai impactar moradores da região dos distritos de Guirapá e Brejinho das Ametistas e as comunidades de Cana Brava, Açoita Cavalo, Açoita Cavalo II, Fazenda da Mata, Fazenda da Mata de Baixo, Rio da Faca, Rio da Faca de Cima, Fazenda das Flores, João Barroca e Brejo. Uma área de 719 hectares pode ter a vegetação suprimida e alagada pelo empreendimento que irá receber os rejeitos da produção que são altamente perigosos ao meio ambiente em caso de desastres. Esses locais estão na divisa das cidades de Caetité e Pindaí.
Lideres comunitários, comissões e movimentos livres, batem na ideia que a barragem irá prejudicar diretamente a região, e não somente as comunidades apontadas pela BAMIN. Para as lideranças que representam 600 famílias, a Bamin quer acabar com locais com melhor oferta de água doce dessas comunidades. Irão desaparecer 27 nascentes e poços artesanais usados pela população dessa região que depende dessas áreas para seus sustento. O risco de falta de água também é outro fator preocupante.
Os projetos de construções das barragens em Mariana e Brumadinho, foram os mais econômicos. A BAMIN tinha apresentado cinco vias de construções, mais também escolheu os procedimentos mais baratos e que podem causar maiores impactos ao meio ambiente. Como nas cidades onde aconteceram as duas tragédias, nossa região corre o risco de acontecer a negligencia com o passar o tempo, o que pode causar um desastre ambiental onde a lama depositada na barragem seria encaminhada diretamente na bacia que liga ao velho Rio São Francisco.
O ministério Público da Bahia, vem acompanhando de perto o projeto e já recomendou a BAMIN que altere o local da barragem, e que faça um estudo mais detalhado e mais profundo dos danos e a real abrangência dos impactos para os meios físicos, bióticos e socioeconômicos.
A BAMIN no projeto Pedra de Ferro, estima explorar da região 470 milhões de toneladas de minério de ferro. Outro entrave para o início do empreendimento é a conclusão das obras da FIOL, Ferrovia de Integração Oeste Leste, que escoará a produção para o porto de Ilhéus e que está com 76 % das obras concluídas.
Enquanto o projeto não sai do papel a preocupação diante dos impactos para a população continuam em ampla discussão. A redação do Caetité Notícias, irá enviar perguntas a BAMIN sobre as obras e como anda o desenrolar do empreendimento.
Fonte Foto site Caitité
, Blog da ACBG.
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