domingo, 14 de julho de 2019

POLITICANDO: A vitória de Maia e Bolsonaro na Previdência

Michel Temer chegou à Presidência da República em 2016 com uma base parlamentar de cerca de 360 deputados. Foi esse contingente que aprovou o impeachment de Dilma Rousseff e, nos meses seguintes, propostas ambiciosas, como o teto de gastos públicos e a reforma trabalhista. Líder maior do histórico MDB, Temer era um especialista nas negociações de bastidores. Entendia, e contemplava, os desejos mais diversos dos parlamentares – de cargos a emendas, de sinalizações públicas de prestígio ao atendimento privado de pedidos pessoais. Ainda assim, por várias razões, Temer não conseguiu aprovar sua reforma da Previdência.

Jair Bolsonaro é uma antítese de Temer no universo da política. Nunca teve vida partidária, não recebe parlamentares, não negocia coalizões, não conseguiu até o momento ter algo próximo de uma base parlamentar. Ainda assim, viu esta semana sua proposta de reforma da Previdência, com uma série de mudanças, ser aprovada em primeiro turno na Câmara. Para tal, contou com a decisão pessoal de Rodrigo Maia de liderar uma agenda de reformas econômicas e com um surpreendente apoio popular, que empurrou boa parte do Congresso.

Politicamente, Maia é o grande vitorioso ao mostrar que exerce liderança sobre a ampla maioria do Parlamento. No entanto, o grande beneficiário de uma eventual reorganização econômica é o governante de plantão, qualquer que seja ele. A Câmara retirou do texto enviado pelo ministro Paulo Guedes a proposta de capitalização e amainou diversos outros pontos, mas ainda assim a tendência é que se consiga uma economia robusta no longo prazo. Menos gasto previdenciário significa mais dinheiro no caixa do Poder Executivo.

A esquerda sai fragorosamente derrotada do processo. Desde que Dilma deixou o Planalto, seu campo político optou por uma estratégia de negação da realidade. Em nenhum momento apresentou ao país uma alternativa real para interromper a trajetória explosiva dos gastos com aposentados e fez de tudo para manter os privilégios da elite do funcionalismo. Surpreendentemente, a maioria da população acabou se convencendo de que a reforma era o melhor caminho para a retomada da economia e a correção de distorções e injustiças. E transformou o populismo em discurso impopular.
Fonte Foto O Globo.
Blog da ACBG.
Cláudio Dutra.

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