Caneladas e alfinetadas
Na diplomacia, nada é por acaso. O chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, desembarcou nesta semana no Brasil para uma visita institucional e foi recebido por seu par brasileiro, o ministro Ernesto Araújo. O presidente Jair Bolsonaro chegou a abrir um espaço em sua agenda para, por cortesia, também receber o ministro de Emmanuel Macron. Mas mudou de ideia.
Diante das severas críticas europeias à política ambiental de Bolsonaro, Le Drian havia se reunido, na véspera, com expoentes do tema no Brasil, como a ex-ministra Izabella Teixeira, que trabalhou nos governo Lula e Dilma, e o ex-deputado Alfredo Sirkis. A informação foi revelada pelo colunista Ancelmo Gois.
Ao ser informado do encontro do ministro francês com ambientalistas, Bolsonaro optou pelo achincalhe público: disse que teve um problema de agenda e, no horário em que ocorreria a reunião com o chanceler, entrou, ao vivo, nas redes sociais cortando cabelo.
Le Drian não se fez de rogado e, nos dias seguintes, deu a resposta no estilo típico da diplomacia: encontrou-se com os governadores do Nordeste, hoje o principal polo opositor ao Planalto, e com o governador de São Paulo, João Doria, adversário prioritário de Bolsonaro na centro-direira.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário